quarta-feira, 1 de julho de 2020

Te carrego no bolso

Hoje eu te carrego no bolso,
como uma nuvem necessária pra 
me lembrar de que nada dura e tudo se vai
pra me lembrar que a gente se machuca, 
e que não há curativo que nos faça parar de sentir.

E agora, já não te levo mais no peito
na minha pele
na minha voz ansiosa
nos choros em desespero
no meu cheiro repleto de paixão
ou simplesmente em mim.

Hoje, apenas te carrego no bolso,
como qualquer outra coisa que foi 
esquecida por ali, há milhares de anos atrás
só pra me lembrar que você soube ser dia e noite
mas que eu não mereço luz ou escuridão intercalada
eu mereço permanência, duradoura e viva.

E eu sempre vou te carregar no bolso,
junto a tudo e todos que não deram certo
só pra me lembrar
do que não foi amor
dos erros mais incríveis e bonitos
que eu já tive a sorte de poder cometer.
Admiradora do tempo